Minha mãe nunca foi lá a pessoa mais criativa do mundo para nomes. Basta observar o nome das minhas irmãs: Natália Cristina e Tereza Cristina. O nome do meu irmão é Marcelo - o meu Marcela - e o meu irmão mais velho se chama Antônio, mesmo nome do meu pai. Enfim, não é lá pessoa de pensar muito em nome. Em 1998 meu irmão mais novo nasceu, no dia 1º de julho - mês que nasceu todos os meus irmãos homens, falta de criatividade também no mês. Antes de ele nascer, a minha mãe já tinha escolhido um nome: João Marcos, "João" por causa da época junina e "Marcos" por causa do apóstolo. Acho que as vezes nem é falta de criatividade, é preguiça mesmo.
Quando eu acordei nesse bendito 1º de julho, perguntei a uma das irmãs onde estava a minha mãe e ela disse que ela tinha ido buscar o bebê que ia ser meu irmãozinho. Já comecei não gostando desse sujeito meu irmão: onde já se viu? Me deixar sem mãe por uma manhã dos meus 7 anos! Algumas horas depois, a minha mãe chegou em casa com um bebezinho. Lá fui eu espiar o novo membro da família: olhos fechados, pele fina, boca escura, unhas grandes: horrível. O Marcelo, na época com 4 anos, olhou para nosso irmãozinho com uma cara de desprezo e disse: "Mãe, leva exi neném de volta que ele é muto feo. Vai ali naquela casa e tloca ele pelo neném bonito que tem lá". Falava o simplista Marcelo apontando para a casa da Dona Eliane, mal sabia ele que havia chegado o maior companheiro de aventuras que ele podia desejar.
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